Professores
da rede estadual de ensino marcaram para esta terça-feira, 03 de dezembro,
greve contra a reforma da Previdência Social do Estado e o projeto de “nova
carreira” para o magistério, apresentadas pelo governador João Doria, através
da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 18, e
do Projeto de Lei Complementar (PLC) 80/2019. A greve, conforme foi
definida em assembleia estadual dos professores promovida pela Apeoesp no
último dia 26, será realizada todas as terças-feiras e nos dias em que as
matérias forem à votação na Assembleia Legislativa de São Paulo. Com a greve,
professores de Piracicaba e região irão a São Paulo, participar do ato público
em frente à Alesp, às 14 horas.
A presidenta da Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel
(PT), diz que a decisão de greve é uma resposta da categoria a um duplo ataque
que o governador de São Paulo está fazendo contra os professores. Para Bebel,
“a reforma vai nos fazer trabalhar mais, pagar mais e ganhar menos. A
contribuição, que passou de 6% para 11% em 2007, agora passará a 14%. Já a
idade mínima passa ao conjunto dos servidores para de 55 anos a 62 anos
(mulheres) e de 60 para 65 anos (homens). No caso do magistério, passa de 50
anos para 57 anos (professoras) e de 55 para 60 anos (professores). As mulheres
são mais penalizadas, pois terão que trabalhar 7 anos a mais. Os homens, 5 anos
a mais. A forma de cálculo da aposentadoria mudará também. Vamos receber apenas
60% do valor integral. Teremos que trabalhar 40 anos para termos o salário
integral”, diz.
O outro ataque do governo que é rechaçado pelos
professores é a criação da chamada “nova carreira”, sem nenhum diálogo,
prejudicando a categoria. “Os professores que optarem por essa farsa da “nova
carreira" passarão a receber “subsídios" e não salários. Terão que
abrir mão de todos os direitos da atual carreira, como quinquênios, sexta-parte
(adicional que recebem com 20 anos de serviço), licença prêmio, ALE (adicional
que recebem quando a escola fica em local de difícil acesso) e todos os demais
acréscimos e vantagens conquistados ao longo da carreira. Nossa carreira atual
pode ter falhas, mas ela garante direitos que o governo quer nos tirar”, esclarece
Bebel.