Professores realizam greve contra a aprovação da reforma da previdência estadual e nova carreira

Por Redação 02/12/2019 às 21:30


Professores da rede estadual de ensino marcaram para esta terça-feira, 03 de dezembro, greve contra a reforma da Previdência Social do Estado e o projeto de “nova carreira” para o magistério, apresentadas pelo governador João Doria, através da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 18, e do Projeto de Lei Complementar (PLC) 80/2019. A greve, conforme foi definida em assembleia estadual dos professores promovida pela Apeoesp no último dia 26, será realizada todas as terças-feiras e nos dias em que as matérias forem à votação na Assembleia Legislativa de São Paulo. Com a greve, professores de Piracicaba e região irão a São Paulo, participar do ato público em frente à Alesp, às 14 horas.

A presidenta da Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel (PT), diz que a decisão de greve é uma resposta da categoria a um duplo ataque que o governador de São Paulo está fazendo contra os professores. Para Bebel, “a reforma vai nos fazer trabalhar mais, pagar mais e ganhar menos. A contribuição, que passou de 6% para 11% em 2007, agora passará a 14%. Já a idade mínima passa ao conjunto dos servidores para de 55 anos a 62 anos (mulheres) e de 60 para 65 anos (homens). No caso do magistério, passa de 50 anos para 57 anos (professoras) e de 55 para 60 anos (professores). As mulheres são mais penalizadas, pois terão que trabalhar 7 anos a mais. Os homens, 5 anos a mais. A forma de cálculo da aposentadoria mudará também. Vamos receber apenas 60% do valor integral. Teremos que trabalhar 40 anos para termos o salário integral”, diz.

O outro ataque do governo que é rechaçado pelos professores é a criação da chamada “nova carreira”, sem nenhum diálogo, prejudicando a categoria. “Os professores que optarem por essa farsa da “nova carreira" passarão a receber “subsídios" e não salários. Terão que abrir mão de todos os direitos da atual carreira, como quinquênios, sexta-parte (adicional que recebem com 20 anos de serviço), licença prêmio, ALE (adicional que recebem quando a escola fica em local de difícil acesso) e todos os demais acréscimos e vantagens conquistados ao longo da carreira. Nossa carreira atual pode ter falhas, mas ela garante direitos que o governo quer nos tirar”, esclarece Bebel.