Em um
esperado discurso perante a Assembleia Geral das nações Unidas (ONU), o presidente da Autoridade
Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, confirmou nesta sexta-feira (23) que encaminhou pedido formal de
reconhecimento de um Estado palestino independente, dizendo que “chegou a hora” de seu povo “ganhar
liberdade”. “Em um momento em que o povo árabe afirma sua luta pela democracia, na
chamada Primavera Árabe, chegou a hora também da primavera palestina, a hora para a
independência”, declarou Abbas, pouco depois de ter entregue, formalmente, ao secretário-geral da
ONU, Ban Ki-moon, um pedido pela adesão palestina como membro pleno das Nações Unidas. Abbas
disse que o reconhecimento internacional de um Estado palestino “seria a maior contribuição para
a paz” no Oriente Médio. O pedido de reconhecimento será analisado pelo Conselho de
Segurança da ONU, onde deve enfrentar resistência dos Estados Unidos (EUA), que têm poder de
veto. Os palestinos pedem a delimitação de um Estado a partir das fronteiras de 1967, que
incluem a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, territórios ocupados por Israel, que
rechaça veementemente a decisão palestina. O governo israelense alega que a reivindicação
palestina, ao ser levada para a ONU, aumenta as tensões bilaterais e não resolve as disputas pendentes
entre os dois lados. Na quarta-feira, o presidente americano, Barack Obama, reforçou essa
posição e disse que "não há atalhos" para a paz no Oriente Médio. No
discurso, Abbas disse que seu pleito na ONU tem como objetivo dar “legitimidade” às
negociações, atualmente emperradas. Abbas citou diversas vezes um dos principais impasses dos
diálogos: os assentamentos israelenses em território reivindicado pelos palestinos. Vistos como
legítimos por Israel, os assentamentos não são reconhecidos pela lei internacional. “Os assentamentos são o âmago da política colonialista e a causa primária do
colapso do processo de paz”, disse o presidente palestino, aplaudido diversas vezes durante sua fala. O discurso foi transmitido para cidades da Cisjordânia, em um momento em que os palestinos vêm
intensificando os esforços diplomáticos para obter o reconhecimento da ONU e o reconhecimento
individual dos países (incluindo o do Brasil, concedido formalmente ainda durante o governo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva). “Nosso povo espera a resposta do mundo”, declarou Abbas, dizendo que
há uma divisão entre os que acham a população palestina “dispensável”
e “os que acham que está faltando um Estado no Oriente Médio”.
Líder palestino discursa na ONU e diz que chegou a hora de "ganhar a liberdade"
Por Agência Brasil
31/12/1969 às 21:00
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